28 dezembro 2009

Inverno?

Está frio. O vento sopra de tal forma que o consigo ouvir dentro de casa... assustador. Pela janela vejo os clarões da trovoada, logo de seguida o som que os acompanha. É um mistura de sentimentos. Porque será assim retratado um dia de inverno? Frio, cinzento, triste. Não é só isto, mas todos o vemos como tal. Um dia alguém me perguntou se sabia ao certo o significado de um dia de inverno. Achei uma pergunta um tanto ou quanto parva. Hoje vejo tudo de uma forma diferente. Não sei se foi pelo facto de aquela pergunta, que eu achava parva, me acompanhar todos os invernos, se foi a curiosidade de descubrir. A verdade é que hoje sei a beleza que um dia destes pode trazer. Não sei como descobri. Talvez já soubesse... Talvez a resposta esteja tão perto e nós somos tão cegos que não a conseguimos ver. Não sei ao certo o porquê tal como não sei porque estou a escrever sobre isto. Mas senti necessidade de tentar explicar esta beleza.

Um floco de neve, um sopro de vento, um trovão, uma gota de chuva, uma pitada de frio, a cor cinzenta... Se cada um destes elementos não existisse, que seria de mim? Que seria das recordações que cada um traz? Que seria do calor que nesses dias me aquece? Que seria das árvores, da terra, dos frutos, das estradas e dos animais que nas manhãs frias são beijadas por orvalho? Que seria das tardes em que fico a ver a chuva cair, atrás de uma janela, os beija para que possam crescer? Que seria feito do arco-íris com mil cores que faz sorrir as crianças? Que seria feito do sol de Inverno, que quando espreita por detrás das nuvens, me faz sorrir porque finalmente chegou? Nada. Tudo é importante.
Quando o frio aperta, esquecemonos que precisamos dele, esquecemonos de apreciar a sua beleza e apenas desejamos que acabe, esquecemonos que sem o frio não poderiamos pedir a alguém que nos aconchegá-se, que se abrassá-se a nós.
Eu apenas posso caracterizar um dia de inverno da seguinte forma:
«Um dia de inverno é aquele que mantém o coração quente, por mais tempo.»

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